quinta-feira, 10 de julho de 2014

Boa tarde a todos! os irmãos David e Brian vêm ao Brasil dia 07/08/14 e voltam em 11/08/14 virão em Campinas, Rio de Janeiro e Belo horizonte, quem quizer conhecê-los e viver o evangelho do reino falem comigo 19 982532348 TIM e-mail: jeffersonsilvaf@gmail.com site: www.aigrejaprimitiva.com Rua Araguaia, 32 parque universitário de viracopos campinas sp

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Ao que vencer

Nesta manhã olharemos um pouco para o livro de Apocalipse e buscando uma melhor maneira de falar sobre isso, algo que Jesus falou, algumas das últimas coisas que ele falou diretamente ao apóstolo João quando ele esteve na ilha. Ele registrou mensagens para entregar às igrejas. Tratava-se de mensagens de Cristo às suas igrejas. Vamos estudar alguns detalhes em torno do capítulo 2 deste livro. Escreve ao anjo da igreja de Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro: Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.Apocalipse 2:1-7 Falaremos basicamente a respeito da vitória e quantas vezes Cristo nos exorta a alcançarmos. Ele colocou aquela responsabilidade sobre nós, sobre nenhum outro, nem sobre ele mesmo, mas sobre nós mesmos para alcançarmos. Cristo nos proveu o meio para retornarmos a Deus a agora ele nos deu o caminho quando tomou as chaves da morte e do inferno nos libertando desse mundo e oferecendo a esperança da vida eterna, da luz e agora é nossa opção vencer. Existem muitas batalhas para encararmos, todas essas coisas que temos lutado e batalhado contra , mas a vitória é para o vencedor! Já pensei muito ao respeito disso e eu acho que no paraíso, ainda teremos nosso livre arbítrio, pois acredito que ainda teremos nosso desejo de escolha. Os anjos o possuem no paraíso, eles fazem escolhas e é por isso que Satanás levantou-se e uma parte dos anjos seguiram-no em rebelião contra Deus. Nós não pensamos nisso, pensamos que iremos para o paraíso e todos estarão felizes lá e tudo será maravilhoso. Sabe, Deus nos criou no princípio como uma alma vivente, algo feito para viver para sempre. Não fomos criados para sermos destruídos, mas criados como alma vivente para existir para sempre. Pessoas que vão para o inferno, fizeram suas escolhas porque decidiram seguir Satanás e as trevas. Eles estarão lá para sempre com seu senhor. E as pessoas que fizeram sua escolha para seguir a Cristo, estarão com ele para sempre com o seu Senhor. A única razão para termos a oportunidade de deixarmos as trevas para a luz é por causa da graça de Deus! A graça de Deus, mostrando misericórdia para com a humanidade danado a oportunidade de retornar para Ele. A Satanás jamais foi dada a oportunidade da graça, ele não sabe o que significa a graça, porque Deus nunca lhe ofereceu misericórdia. Ele recebeu o julgamento, porque ele escolheu rebelar-se contra Deus e escolheu seu caminho e nunca houve a oportunidade estendida a ele para arrependimento. Mas o homem é privilegiado com a oportunidade para arrependimento. Não se trata apenas de uma opção que nós temos, é uma responsabilidade, uma preciosa oferta de Deus. As pessoas escutam a palavra arrependimento e se levantam dizendo: Não gosto! Então rejeitam a oferta de Deus. A oferta de Deus é arrependa-se ou morra. Por isso trata-se da mais preciosa oferta. Gloriosa oferta é podermos retornar ao Deus do céu. Quando nós morrermos, nós continuamos sendo quem somos, retemos nossa identidade, a Bíblia diz que seremos revestidos de um novo corpo. Que não haverá pecado ou rebelião contra Deus. Tudo será glorioso, porém não nos tornaremos robôs quando chegarmos lá. Continuaremos sendo quem somos. Por isso, a pressão e o teste vêm até você. Por isso as coisas que você tem lutado contra continuamente. Por isso é tão difícil. Porque você está sendo provado, testado, para ver se você verdadeiramente, como Jesus disse: Quem vier após mim e negar a si mesmo, levando a sua cruz, rejeitando seu pai, sua mãe, sua esposa, filhos, sua terra ou ainda sua própria vida, porque se você amar qualquer dessas coisas mais que a Deus, você não vai encaixar lá. Por se qualquer coisa tentar te fazer voltar, você será deixado de lado. E é por isso que você passa por todas as provas. E é por isso que Deus permite que Satanás prove Jó até sua própria vida, para provar que este homem permaneceria fiel, não importa o que acontecesse. Tire todas as suas posses, seus filhos, faça sua mulher se voltar contra ele amaldiçoando-o, faça que seus amigos venham até ele, como jovens orgulhosos, querendo lhe ensinar lições, reprovando-o apenas para ver, se testando possa provar que ele é fiel a mim. E Deus dirá, esse é o tipo que entrará no céu! Esse é o tipo que estará lá! Porque eles pertencem ao céu, porque eles querem estar lá, rejeitando qualquer coisa neste mundo para serem meus. Que gloriosa coisa é vencer este mundo! É sobre isso que se trata toda tentação. O mundo quer te derrubar para te fazer desistir do teu Deus. Eles tentam conquistar sua atenção e sua simpatia por aquilo que te afasta de Deus. Eles vão tentar te fazer relaxar dizendo , está tudo certo, está tudo certo, pode ficar feliz em tua igreja, apenas descanse lá! Apenas adormeça ali como um bom membro dessa igreja. Muitos como você podem fazer a mesma coisa. Pode pensar, tudo o que tenho a fazer é seguir com todos os que estão sob esse propósito. E você poderá perder! Você tem que vencer este mundo, você tem que vencer as tentações. Não pode apenas entrar sem esforço. Um irmão que estava aqui no começo chamado Robert, falou varias vezes dizendo ¨ tudo o que quero é ser normal. Tudo o que eu quero é apenas passar. Toda minha vida havia batalhas e lutas e tudo mais! Eu vim do mundo e agora apenas quero entrar em uma igreja e passar com eles. É tudo o que quero! Apenas passar! Tudo o que quero é estar lá, apenas me encaixar e ser um boa pessoa na igreja.¨ Quando ele tentou participar com as igrejas mennonitas, Outra coisa que ele me disse foi ¨Quando vou manter minha boca fechada e vai dar tudo certo.¨ E eu explique pra ele dizendo , ¨Robert, você não pode fazer isso! Simplesmente não pode fazer isso! Essa é uma batalha, uma guerra pela sua alma! Ou vai escalar o monte ou vai descer direto por ele! Existem algumas pessoas que parecem que podem apenas passar, mas só existem dois caminhos! Um é caminhar para a montanha e outro é deslizar para baixo! Voce não pode somente passar sem lutas como algumas pessoas que formam treinados em evitar as lutas! Eles dizem coisas certas, fazem apenas as coisas certas, e tem uma religião sem lutas. Mas nos estamos em guerra e essa guerra é por nossas almas! E nós seremos testados no profundo de nosso ser para provar se iremos ser fiéis a Ele. Seremos testados pela mesma coisa para ver se estamos tão confortáveis ou desistiremos e descansaremos ou seremos pressionados para alcançar o Reino de Deus. Não há lugar para quem quer evitar as lutas. Roberto tentou evitar suas lutas e procurou a saída, essa saída é a morte e ele saiu, ele esta morto espiritualmente falando. Há apenas dois caminhos: Um estreito e apertado e duro e difícil e você será testado e tentado ou você simplesmente passará como um peixe morto flutuando rio abaixo. Esse é o jeito do quem quer flutuar. È a morte é o que afunda. As palavras de Jesus são para o que vencer! Voce tem que vencer o desejo de buscar descanso aqui nessa terra ou procurar uma garantia simplesmente descansando nas promessas. Acho que isso mesmo e uma das coisas mais perigosas que vai ser causa da condenação de muitos. A única promessa e o que Cristo oferece ao fiel, Ele diz: “Ao que vencer eu darei”e essa é a única promessa que temos é a nossa salvação! Mas se estamos descansando numa promessa confiados que estamos salvos estamos confiando em algo que não vai passar a prova. Eu não vivo sempre com medo se vou ao inferno. Eu vou ser fiel porque minha confiança está no Senhor, ela está em Cristo, mas eu estou em guerra! Não vou ser egoísta morrendo de medo da minha própria salvação, não vou desviar por isso ou desistir por isso e perder tudo, Jesus disse: Esse é o caminho, andai nele. Minha responsabilidade é ficar nesse caminho. Meu medo está em me guiar a manter-me neste caminho e não adormecer ao longo do caminho. As palavras de Jesus aqui são para o que vencer será salvo! Em Mateus 25 está escrito: Porque o Reino dos Céus é como um homem que viajou para longe de seu país e chamou seus próprios servos e deu-lhes seus bens. Para o primeiro deu-lhe cinco talentos e para outro dois e para outro um de acordo com suas habilidades e então partiu. Eu e você somos seus servos. Ele nos chamou para fora deste mundo. Seu chamado para nós não é para permanecermos aqui. Nós ouvimos sua voz, nós nos levantamos, escolhermos segui-lo. Ele nos escolheu! Ele escolheu o mundo todo! E nos deu a oportunidade de ouvirmos sua voz! E nós ouvimos e começamos a segui-lo. Assim ele nos deu a liberdade de satanás e nos deu todos os seus bens e então partiu para seu país distante. Existe uma canção que conhecemos, Nós não vimos sua face, nem ouvimos suas palavras e seus ensinos quando ele estava na terra. Eu amo esses homens, esses apóstolos, que caminharam com Ele, falaram com Ele. Eles realmente estiveram com Cristo! Falaram com Cristo! João muitas vezes debruçou sua cabeça e deitou sobre seu Peito! Ele O amou! E ele O ouvia! Ele estava lá! Não podemos entender como era isso! Ele partiu para seu país distante! A bíblia diz que bem aventurados são aqueles que mesmo não vendo tiveram fé para permanecerem fiéis a Ele, não importa o custo. Não importa o que seja tirado de você, não importa o que venha sobre você para tentar afastar seu coração, seja fiel. Jesus deu a cada homem certas responsabilidade e partiu. Ele não vai ficar dizendo pra você cada passo tem que tomar. Não se trata disso, se trata de você assumir sua responsabilidade de provar a si mesmo ser fiel para ser digno! Ele te concedeu algumas pequenas coisas para se responsabilizar por elas. Ele não te colocou como rei duma cidade. Ele apenas te fez seu filho, ou uma filha ou uma esposa, ou um pai. Ele apenas te deu uma vida para ser fiel a Ele. E logo ele partiu deixando a responsabilidade nas suas mãos para ver o que você fará com aquilo. O que vai fazer com essa vida que foi dada a você? O que você vai fazer com isso? Vai desperdiçá-la? Vai gastar todo o teu tempo fazendo da tua vida perfeita neste mundo? Ou vai pegar seus talentos sabendo isso é sua responsabilidade. Todos estão esperando por Deus mas Você é o único que pode tomar essas decisões para ser responsável. Você precisa tomar todas as decisões responsáveis. Estou falando a respeito de ser achado fiel em qual quer posição que você estiver. E às vezes isso significa apenas ficar calado e ser achado fiel. Você teve problemas enquanto era jovem? Não aprendeu a ser obediente? Apenas fique calado e prove a si mesmo sendo responsável e fiel. Seja fiel nas pequenas coisas! Obediente como Gideão. Sua responsabilidade era de malhar trigo no lagar e depois de ter feito tudo com todo seu coração e os anjos falavam com ele.Deus quer identificá-lo como alguém que Ele possa usar. Quase todos os homens na Bíblia eram homens jovens comuns. Davi era um pastor de ovelhas, fiel à responsabilidade que ele tinha, se você não pode ser fiel nas pequenas coisas, como Deus poderá confiar em você em qualquer coisa real? Se você não pode ser fiel nas pequenas coisas em suas mãos, em sua carne, em seu sangue, como Deus poderá confiar a você algo espiritual? Ele não pode. “E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Mateus 25:16-19” Sabe, geralmente quando começamos um novo projeto, ou um novo trabalho, olhamos para o objetivo e nos damos ao trabalho e à batalha e vamos lá encorajado e sujamos nossas mãos. Depois de um tempo queremos ver o resultado e questionamos: o que pode estar acontecendo? Não importa o que fazemos, não importa quanto seja nosso animo ao começo, após alguns dias a coisa já não é tão divertido assim. Você pode tomar sorvete todos os dias, mas depois de um tempo, isso se tornará uma obrigação. É como as coisas funcionam nesse mundo! Tudo se torna obrigação! Você tem continuar sendo fiel seja qual for a situação. Ele deu seus talentos e depois de muito tempo ele retornou! Depois muito tempo , quer dizer eles tiveram suficiente tempo para desistir. Voce acha que as batalhas demoram demais, que os testes demoram demais, que as tentações e provações demoram demais? mas o propósito é que sejamos achados fiéis. Deus sabe e Ele deixa que essas coisas venham sobre nossas vidas! Para nos provar! Para testar-nos e ver se nós vamos ser fiéis! Aprenda a ser fiel nas pequenas coisas! Deus poderá confiar a você algo maior. Chegará o dia das contas. Em que o Senhor daqueles servos tomará contas. Não sabemos o que significa em todos os detalhes, mas em Coríntios diz que há obras que passarão pelo fogo. Tudo o que nós fizermos nessa vida passará pelo fogo no dia do juízo. Todo homem estará diante de Deus e será passado pelo fogo. E tudo o que não passar pelo teste será completamente destruído pelo fogo. Porque no céu, há ouro lá, há pérolas e somente coisas boas. Somente coisas que passam no teste e não haverá nada da carne ou sangue, pois serão queimados. Somente os que vencerem estarão lá! Tudo o que for possível vencer o fogo estará lá, isso é tudo! Tudo será provado pelo fogo e toda obra dos homens passará pelo fogo! No texto diz: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.1 Coríntios 3:11-15” Isso significa que tudo o que tivermos, passará pelo fogo. Por isso hoje, o fogo nos testa e nos prova e as coisas que vem às nossas vidas são provadas. Existem coisas que nós podemos fazer, porém elas não vão ser aprovadas no teste. Tudo passará pelo fogo. O texto diz , Ele sofrerá a perda, porém ainda será salvo. Ainda assim seremos passados pelo fogo. Podemos não entender no detalhe tudo o que este texto diz, mas acreditamos que se completa com o que Jesus diz. Não pense que você pode ser salvo sem fazer nada. Somente o que vencer, será salvo. Nós ainda poderemos vencer. Nós ainda poderemos pertencer ao paraíso. Ele irá colocar a todos juntos e nos fará passar pelo fogo. Agora na continuação do texto: “Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos. Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;Mateus 25:20-25” Aqui temos algo interessante. Existem pessoas que podem pegar um so verso para refutar o que a bíblia claramente nos mostram em 10 textos diferentes. Onde existe um verso que as pessoas colocam toda a sua esperança Lançam todas as verdades fora e colocam em um só verso. Nesse exemplo usam esse verso para defender a Idea de que não importa a forma como vivem, no final, perderão a recompensa, mas ainda assim serão salvos pelo fogo. Vamos prestar bem atenção ao que Jesus nos fala nesta passagem. Não permita que um único versículo destrua tua alma! Não permita que um versículo isolado seja a base de toda a tua teologia! “E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; (Você acha que esse servo esta sendo salvo por meio do fogo aqui?) sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Mateus 25:25-30” Vamos jogar fora todo aquilo que Jesus disse pra dizer que Aquele homem venceu? Uma das coisas que aprendemos, a respeito de tudo o que Jesus ensinou e que se quisermos jogar fora o que Jesus ensinou podemos encontrar algo para começar uma teologia, porque existem versos que podem apoiá-la. Isso e o que faz um advogado pois eles procuram uma saída na lei para justificar algo. Quando comecei pregando foi de porta em porta, a partir da próxima porta de nossa casa, e percorrei toda a quadra, e toda a cidade. Chego falando sobre Jesus, e rapidamente encontro alguns que começam a defender sua teologia que pode parecer realmente boa, tipo “Eu nunca poderei perder minha salvação” ou do tipo “Eu necessito ser batizado, nascer de novo ou ser regenerado” ou “Tenho feito parte da Igreja e posso passar por tudo” e eu chego em casa depois de lidar com quase todo tipo de teologia, e dobro meus joelhos e abro minha Bíblia e clamo, Senhor! Mostra-me a verdade! A verdade é que a vitória é ao que vencer, aquele que for fiel. Não aquele que fez a oração uma vez ou foi salvo uma vez. O que precisa nos guiar não é aquilo que não entendemos sobre a Bíblia, mas aquilo que temos entendido. E o Senhor falou ao servo: Bem feito servo bom e fiel. Isso é tudo o que quero ouvir. Eu não me importo com ouro ou pérolas, tudo o que quero ouvir no dia do juízo é servo bom e fiel. Tudo o que percorri, tudo o que tive que deixar, os testes, as provações, as tentações, nada realmente importa! Nenhum valor dessa vida poderá se comprar quando Jesus disser: Bem feito, servo bom e fiel! O contrário disso será mal e negligente servo. Você sabia o que eu queria e você o enterrou. Você pensou ser muito difícil! Considerou a tentação muito grande! Caiu e descansou! Preocupou-se com os cuidados dessa vida e deixou a palavra de Deus, abandonando também a luz da vida! Você conseguiu desenvolver bons negócios. Mal e negligente servo, porque não permaneceste atento? Porque você não se levantou contra aquilo? Como eu te disse. Você sabia disso, que se tratava de um perigo. Talvez você seja um inconstante, só querendo passar, talvez você pense diferente disso e somente considere que está tudo bem e que você está bem, o fogo vem e provará que não poderá ser salvo, servo mal e negligente. Vamos voltar um pouco ao mal e negligente servo, de volta ao Apocalipse. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações. Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome. Apocalipse 2:7, 11, 26 e 3:10-12”. O que Ele está dizendo às igrejas? O que Ele está dizendo a você? Ao que vencer este mundo! Ao que vencer Satanás! Você conseguirá tudo isso sozinho? Não. Ele disse que iria nos guardar, mas se você não fizer a sua parte, Ele não fará isso. A responsabilidade não é sobre como ele nos guardará. É nossa responsabilidade, nosso talento é a respeito de nós. O talento que ele nos deu? É nosso! Deus nos deu! O poder e habilidade que temos? Deus nos deu isso! Trata-se do que fazemos com que Deus tem nos dado! Não criamos a nós mesmos! Medo não combina conosco! O mundo não combina conosco! Nós temos a responsabilidade por causa do que nos foi dado! Essa é a grande falta nos argumentos... Tudo o que nós temos vem de Deus! Toda nossa esperança e até mesmo toda nossa responsabilidade vem de Deus! Ao que vencer! Sabe, mesmo nessa vida, às vezes trabalhamos, temos dias maus, e tudo pode dar errado, temos um trabalho vem o chefe e diz que ainda falta. Todos os problemas se foram! Porque ouvimos: Bem feito! Eles não se importam a respeito de quais batalhas possamos travar, não estarão fazendo nenhum bem em se importar em quão duro trabalhamos e quando nos esforçamos, quando para eles não fazemos nada além do que se espera de nós. Eles não se importam, eles vêm até você e dizem que você só fez o que se esperava e dizem: Bem feito. É tudo o que queremos ouvir. Bem feito servo bom e fiel, você venceu este mundo, você venceu satanás e venceu a si mesmo e venceu a tudo o que se colocou no teu caminho e permaneceu fiel e me amou. Venha estar comigo para sempre! Que Deus nos abençoe! Por David Keeling. Missouri – EUA – 02/03/2014.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Fonte: Livro Tratado sobre a Oração - Tertuliano de Cartago "De Oratione": Obra composta por 29 capítulos, foi redigida entre 198-200, sendo o mais antigo comentário do "Pai-Nosso". Dirigido aos catecúmenos, tem uma orientação predominantemente prática, abordando a postura interior e exterior que se deve guardar na oração. I - Cristo ensina uma nova forma de oração 1. Jesus Cristo, nosso Senhor, que é tanto Espírito de Deus, como Palavra de Deus e Verbo de Deus, (Palavra do Verbo e Verbo da Palavra), instituiu para os novos discípulos do Novo Testamento uma nova forma de oração. Convinha, realmente, que também nesse plano se guardasse o vinho novo em odres novos e se costurasse um pano novo numa veste nova (cf. Mt 9,16-17; Mc 2, 21-22; Lc 5,36-39). De resto, tudo que viera antes, ou foi inteiramente abolido como a circuncisão, ou foi completado como o resto da Lei, ou cumprido como a profecia, ou levado à perfeição como a própria fé. 2. A nova graça de Deus renovou todas as coisas, fazendo-as passar de carnais a espirituais, mediante o Evangelho, que opera a revisão de todas as coisas antigas. Pelo Evangelho, nosso Senhor Jesus Cristo se fez reconhecer como Espírito de Deus, Palavra de Deus e Verbo de Deus: Espírito, por seu poder eficaz; Palavra, por seu ensinamento; Verbo, por sua vinda. Assim, pois, a oração instituída por Cristo reune três dimensões: a do Espírito, razão da sua grande eficácia; a da Palavra, em que ela se exprime; e do Verbo...[lacuna] João já ensinara seus díscipulos a orar 3. Também João Batista já ensinara seus discípulos a orar. Mas tudo em João era preparação à vinda de Cristo. Quando Cristo cresceu - e João já anunciara que era preciso que Cristo crescesse e ele mesmo diminuísse (cf. Jo 3,30) - toda a obra do precursor se transferiu para o Senhor, segundo o espírito de João. Por isso, nada nos resta das palavras com que João ensinou a orar, pois as coisas terrenas deram lugar às celestes. "Quem é da terra - diz João - fala o que é da terra, mas o que vem do céu fala daquilo que viu" (Jo 3,31-32). E o que não é celeste no Cristo Senhor, inclusive o seu ensinamento sobre a oração? Como orar 4. Consideremos, pois, irmãos abençoados, a celeste sabedoria de Cristo, que se manifesta, em primeiro lugar, pelo preceito de orar em segredo(cf. Mt 6,6). Por aí Cristo induzia o homem a acreditar que o Deus Onipotente nos vê e nos escuta em toda parte, mesmo em casa e nos lugares mais escondidos. Ao mesmo tempo, ele queria que a nossa fé fosse discreta, de modo que, confiante na presença e no olhar de Deus em toda parte, reservasse o homem só a Deus a sua veneração. 5. Já no preceito seguinte (cf. Mt 6,7), se manifesta uma sabedoria que se refere tanto à fé, como ao discernimento da fé. Pois, certos de que Deus em sua providência olha pelos seus, não se deve pensar que para nos aproximarmos dele precisamos de muitas palavras. Uma oração breve 6. Aqui chegamos, por assim dizer, ao terceiro grau da sabedoria. Com efeito, essa brevidade está apoiada na significação de palavras grandes e felizes, pois quanto mais curta, mais rica de sentido é esta oração. De fato, ela não compreende apenas a exigência própria da oração, isto é, a veneração de Deus e a súplica do homem, mas quase todas as palavras do Senhor. Constitui uma lembrança de todo o seu ensinamento, de tal modo que nela temos uma síntese de todo o Evangelho. II - "Pai que estais no céu" 1. Começamos por um testemunho sobre Deus e pelo efeito da fé, quando dizemos: "Pai, que estás no céu". De fato, aí não só oramos a Deus, mas também mostramos a nossa fé, que tem por conseqüência chamá-lo de Pai. Como está escrito, "Àqueles que crêem em Deus, foi-lhes dado o poder de ser chamados filhos de Deus" (Jo 1,12). 2. Aliás, o Senhor, muitas vezes, nos faz saber que Deus é Pai. Até mesmo ordenou que a ninguém chamemos de Pai sobre a terra (cf. Mt 23,9), mas só Àquele que temos no céu. Portanto, ao orar desta forma, cumprimos também um preceito. 3. Felizes aqueles que reconhecem o Pai. Eis o que Deus censura a Israel, eis o que afirma, chamando por testemunhas o céu e a terra: "Gerei filhos, e eles não me reconheceram" (Is 1,2). 4. Dizendo, pois, Pai, damos a Deus o seu nome, termo que significa atitude filial e autoridade. 5. Dizendo Pai, invocamos também o Filho. O Senhor disse: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30). 6. Nem mesmo a Mãe Igreja é preterida, pois no Filho e no Pai reconhecemos também a Mãe, que nos atesta o nome do Pai e do Filho. 7. Assim, por esta única relação de afinidade, adoramos a Deus, cumprimos o preceito e condenamos os que esquecem seu Pai. III - Cristo nos revela o Pai 1. O nome de Deus como Pai, antes, a ninguém fora revelado. Mesmo a Moisés, que perguntara a Deus seu nome, um outro nome foi dito. Quem no-lo revelou foi o Filho. É preciso que haja o nome do Filho, para de novo termos o nome do Pai. O Senhor disse: "Eu vim em nome de meu Pai" (Jo 5,43). E ainda: "Pai, glorifica o teu nome" (Jo 12,28). E ainda mais claramente: "Eu manifestei o teu nome aos homens" (Jo 17,6). "Santificado seja o teu nome" 2. Pedimos, pois, que esse nome seja santificado. Não que caiba aos homens desejar o bem a Deus, como se alguém lhe possa dar qualquer coisa. Ou que Deus passe necessidade, sem os nossos votos. Mas é muito conveniente que Deus seja bendito em todo tempo e lugar pelo homem. Com efeito, todos os homens devem se lembrar, sem cessar, dos beneficios divinos. Este pedido tem a função de bendizer a Deus. 3. Quando, aliás, deixa o nome de Deus de ser santo e santificado por si mesmo? Não é, acaso, por meio dele, que os outros são santificados? Os anjos em torno de Deus não cessam de dizer: Santo, Santo, Santo! Da mesma forma, também nós, destinados a viver em companhia dos anjos, se o merecermos, aprendemos desde já na terra, este louvor a Deus, assim como aprendemos o que faremos no futuro, na glória. 4. Eis o que se refere à glória de Deus. Mas, o que é que pedimos para nós, ao dizer: "Santificado seja o teu nome"? Pedimos, na realidade, que ele seja santificado em nós, que o ouvimos, e também naqueles que Deus ainda aguarda com a sua graça. Assim, orando por todos, observamos igualmente um outro preceito evangélico, que é de rezar por todos, mesmo os nossos inimigos (cf. Mt 5,44). Não dizendo que o nome de Deus seja santificado em nós, estamos dizendo que ele seja santificado em todos. IV - "Seja feita a tua vontade no céu e na terra" 1. Prosseguindo a oração, acrescentamos: "Seja feita a tua vontade no céu e na terra". Não pensamos que alguém possa impedir que se faça a vontade de Deus, e por isso pedimos-lhe a realização da sua vontade. O que pedimos é que a vontade de Deus se realize em todos os homens. Nesta expressão figurada, o céu é nosso espírito, e a terra é nosso corpo. 2. Se, entretanto, devemos entender de modo mais simples, é idêntico o sentido dessa súplica. Pedimos que se faça em nós a vontade de Deus na terra, a fim de que possa realizar-se em nós igualmente no céu. Que é que Deus quer, senão que andemos conforme os seus ensinamentos? Pedimos, pois, que ele nos leve a aceitar o que ele quer e nos dê o poder de assim agir, para que sejamos salvos tanto no céu como na terra. Pois o que Deus mais quer é a salvação daqueles que adotou como filhos. 3. Também é segundo a vontade de Deus o que fez o Senhor, pregando, agindo e sofrendo. Na verdade, ele mesmo o diz: "Eu não faço a minha vontade, mas a vontade do Pai" (cf. Jo 6,38). É, pois, fora de dúvida que ele fazia a vontade do Pai. E agora ele nos convida a fazer o mesmo que ele, de modo que também nós preguemos a palavra de Deus, trabalhemos e suportemos o sofrimento até à morte. Mas, para podermos agir desse modo, precisamos aceitar a vontade de Deus. 4. Dizendo, pois, "Seja feita a tua vontade", desejamos o melhor para nós mesmos, pois não há mal algum na vontade de Deus, mesmo se ele pune alguém por seus pecados que o contrapõem, de certo modo, ao que é santo. 5. Além disso, com essas palavras, criamos coragem para suportar o sofrimento. O próprio Senhor, na iminência da paixão, para mostrar em sua carne a fraqueza da nossa, assim disse: "Pai, se queres, afasta este cálice" (Lc 22,42). Mas, depois, lembrado da sua oração, acrescentou: "Não se faça a minha, mas a tua vontade". Ele é a vontade e o poder do Pai. Mas, para mostrar como devemos sofrer por causa dos nossos pecados, entregou-se à vontade do Pai. V - "Venha o teu Reino" 1. Este pedido, como o anterior, refere-se a nós e significa: "Venha em nós o teu Reino". Mas, quando é que Deus não reina, ele que "tem nas mãos o coração de todos os reis"? (Pr 21,1). Na verdade, quando nós desejamos algo de bom a Deus o pedimos, e a ele atribuímos alcançar tudo quanto esperamos. Deste modo, se a realização do reino do Senhor se funda na vontade de Deus e em nossa atitude, como podem alguns querer para o mundo certas delongas, se o Reino de Deus, que rogamos, tende à consumação do mundo? Nosso maior desejo é reinar quanto antes e não continuar escravos por mais tempo! 2. Mesmo, pois, que não constasse da oração esse pedido, "Venha o teu Reino", nós o teríamos feito espontaneamente, na ânsia de abraçar as alegrias esperadas (cf. Hb 4,11). 3. As almas dos mártires, sob o altar, clamam ao Senhor, com impaciência: "Até quando, Senhor, tardarás a vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra"? (Ap 6,10). Sim, é fora de dúvida que Deus decidiu vingá-los no fim do mundo. 4. Venha, pois, Senhor, quanto antes o teu Reino, a fim de se cumprir o desejo dos cristãos, para confusão dos pagãos e alegria dos anjos. É para se cumprir tua vontade que estamos abatidos, que lutamos e, sobretudo, que oramos. VI - "Dá-nos hoje o nosso pão cotidiano" 1. Com que arte a sabedoria divina dispõe as partes desta oração! Depois das coisas do céu, isto é, depois do nome de Deus, da vontade de Deus e do Reino de Deus, podemos pedir por nossas necessidades terrestres. O Senhor, com efeito, já havia declarado: "Procurai em primeiro lugar o Reino de Deus, e recebereis a mais as outras coisas por acréscimo" (Mt 6,33). 2. Na verdade, devemos entender, antes, em sentido espiritual o pedido: "Dá-nos hoje o nosso pão cotidiano". O Cristo, com efeito, é nosso pão, porque o Cristo é vida, e o pão também é vida. Aliás, ele disse: "Eu sou o pão da vida" (Jo 6,35), e um pouco antes: "O pão é a Palavra do Deus vivo, que desceu do céu" (cf. Jo 6,32). Ademais, como ele disse: "Isto é o meu corpo" (Lc 22,19), cremos que o seu corpo está presente no pão. Assim, pedindo o pão cotidiano, rogamos a Deus viver sempre em Cristo e inseparáveis do seu corpo. 3. Mas, se compreendermos em sentido literal estas palavras, não poderia ser à custa do seu caráter religioso e do ensino espiritual dado pelo Senhor. Com efeito, ele manda que peçamos o pão, como a única coisa necessária aos que têm fé. Dos outros bens, são os pagãos que vão em busca (cf Mt 6,32-33). Para nos fazer compreender isto, o Senhor usa exemplos e emprega parábolas, como, por exemplo, quando pergunta: "Acaso tira o pai o pão dos seus filhos e o atira aos cães?" (Mt 15,26; Mc 7,27). E ainda: "Acaso ele dá uma pedra ao filho que pede pão?" (Mt 7,9). Ele mostra, assim, o que devem os filhos esperar do pai. E o homem que bate à porta do seu amigo em plena noite, ele o faz para obter pão (cf. Lc 11,5-8). 4. Com razão, o Senhor acrescenta: "Dá-nos hoje". Porque já antes prevenira: "Não vos preocupeis com o que havereis de comer amanhã" (cf. Mt 6,34). No mesmo sentido, ele utiliza aquela parábola do homem preocupado em ampliar seus celeiros para reservar as colheitas abundantes e, assim, gozar de segurança por muito tempo. Mas nessa mesma noite ele morreu! (cf. Lc 12,l6ss). VII - "Perdoa-nos as nossas dívidas" 1. É óbvio que, depois de venerar a generosidade de Deus, roguemos também a sua clemência. De que nos serviria o alimento, se aos olhos de Deus não fôssemos senão como um touro a engordar para ser sacrificado? O Senhor sabe que só ele é sem pecado. É por isso que ele nos ensina a pedir: "Perdoa-nos as nossas dívidas". Pedir perdão já é uma confissão, pois quem pede perdão, confessa ter pecado. Assim, a penitência se revela agradável a Deus, porque ele a prefere à morte do pecador (cf. Ez 18,21-23). 2. Na Escritura, a palavra "dívida" significa pecado, no sentido de se faltar ao dever. Ao juiz submete-se esta dívida, cujo pagamento é exigido por ele. Só se pode escapar ao pagamento da divida, se o juiz a perdoar. Como o caso daquele servo a quem o patrão perdoou sua dívida (cf. Mt 18,23-35). A parábola inteira é um exemplo do que dizemos. O senhor liberta o servo da sua dívida, mas este, por sua vez, não perdoa ao seu devedor. Acusado junto do seu patrão é entregue ao algoz até que pague o último centavo, isto é, até mesmo pela falta mais leve (cf. Mt 5,25ss). Tudo isso tem o mesmo sentido daquilo que afirmamos: "Perdoamos aos nossos devedores". 3. Em outro lugar, o Senhor diz, empregando as mesmas palavras desta oração: "Perdoai, e vos será perdoado" (Lc 6,37). E quando Pedro perguntou se devia perdoar sete vezes ao irmão, o Senhor respondeu: "Mais ainda, setenta e sete vezes" (Mt 18,21-22). Deste modo, o Senhor aperfeiçoava a Lei, visto que no livro do Génesis se declara que Caim será vingado sete vezes e Lamec setenta e sete (cf. Gn 4,15.24). VIII - "Não nos submetas à tentação" 1. Completando oração tão concisa, o Senhor acrescentou que supliquemos não só o perdão dos pecados, mas também que de todo, os evitemos: "Não nos submetas à tentação". Isto quer dizer: Não permitas que o Tentador nos faça cair. 2. Não pensemos que o Senhor nos quer tentar, como se ignorasse a fé de cada um de nós, ou como se ele quisesse nos fazer cair. 3. É o maligno que nos faz cair. Fraco e malvado é o Diabo. Assim, quando Deus ordenou a Abraão o sacrifício do seu filho, não foi para tirar-lhe a fé, mas para prová-la (cf Gn 22, 1-18). Queria, sim, fazer dele um exemplo para o mandamento que iria dar mais tarde: os que vos são caros, não os ameis mais do que a Deus (cf. Mt 10,37). 4. Um dia, o próprio Senhor foi tentado pelo Diabo, mostrando que é este, e não ele, o dono e mestre de toda tentação. 5. Mais tarde, o Senhor confirmou essa passagem, quando disse: "Orai para não caírdes em tentação" (Mt 26,41). Os discípulos caíram na tentação, a ponto de abandonar o Senhor, porque preferiram dormir a orar (cf. Mt 26,40-45). 6. A isto corresponde o final do Pai nosso, que explica o pedido: "Não nos submetas à tentação". É o que diz a oração: "Mas livra-nos do Maligno" (Mt 6,13). IX - Esta oração é muito rica 1. Em tão poucas palavras, quantas declarações dos Profetas, dos Evangelhos, dos Apóstolos, quantos discursos do Senhor em parábolas, exemplos e preceitos, são relembrados! E quantos deveres religiosos são aí repassados 2. Falando do Pai, a oração nos lembra a honra devida a Deus. Na revelação do seu nome, testemunhamos a fé. Em face da sua vontade, oferecemos a nossa submissão. Quando se fala do Reino, recordamos a nossa esperança. Pedindo o pão, rogamos a vida. Pedindo perdão, confessamos nossos pecados. Solicitando a proteção divina, mostramo-nos preocupados com as tentações. 3. Mas, por que se admirar disso? Só Deus podia nos ensinar como quer que o invoquemos na oração. Dele mesmo nos vem a regra da oração, que ele animava com o seu Espírito, no instante mesmo em que ela saía da sua boca. Assim, pois, por força de um privilégio especial, ela sobe direto ao céu, recomendando ao Pai o que o Filho ensinou. X - Outros pedidos legítimos 1. Mas o Senhor, que prevê as necessidades humanas, depois de nos ensinar esta oração, acrescenta, em outro lugar: "Pedi e recebereis" (Mt 7,7; Lc 11,9). Com efeito, existem outras coisas a pedir, segundo as circunstâncias. Primeiro, porém, devemos proferir essa oração do Senhor, que representa o fundamento de nossos outros desejos. Temos, pois, o direito de acrescentar além desta oração, outros pedidos, sob a condição de nos lembrarmos dos preceitos evangélicos. Se estivermos distanciados desses preceitos, estaremos outro tanto distantes dos ouvidos de Deus. TRATADO SOBRE A ORAÇÃO - Parte II XI - Como devemos orar? 1. A lembrança dos preceitos divinos abre à oração o caminho do céu. Deles, o primeiro consiste em que não subamos ao altar de Deus, sem antes nos reconciliarmos com um irmão, caso haja entre nós e ele motivo de discórdia ou ofensa. Que sentido teria apresentar-se à paz de Deus, sem estar em paz com o irmão? Buscar a remissão das próprias dívidas, sem abrir mão das alheias? Como aplacar o Pai, se guardar raiva contra o irmão? De fato, Deus nos proíbe toda ira, mesmo apenas esboçada. 2. Lembremo-nos de José. Ao despedir os irmãos para que lhe trouxessem o pai, recomendou-lhes: "Não se deixem levar pela ira, no caminho" (Gn 45,24). Com isso, ele nos deu, também a nós, um conselho. Com efeito, a nossa maneira de viver é chamada de "caminho" (cf. At 9,2). Assim, quando vamos pela estrada da oração, não devemos caminhar para o Pai com sentimentos de cólera. 3. Daí vem que o Senhor, de modo bem explícito, ampliando o conteúdo da Lei de Moisés, sobrepõe ao homicídio a ira contra o irmão. Ele não permite nem mesmo uma palavra má. Se for, porém, inevitável ficar encolerizado, nossa ira não vá além do pôr-do-sol, como nos adverte o Apóstolo (cf. Ef 4,26). É, pois, temerário, passar o dia inteiro sem orar, enquanto te recusas a perdoar teu irmão, ou então, perder a tua oração perseverando em cólera. XII - Oremos com o coração puro 1. Devemos estar livres não somente da cólera, mas de toda perturbação da alma, quando nos entregamos à oração, que há de ser feita com um espírito semelhante ao Espírito ao qual se dirige. Um espírito não purificado não pode ser reconhecido pelo Espírito Santo. Nem um espírito triste pelo alegre Espírito de Deus. Nem um espírito perturbado, pelo Espírito da liberdade (cf. 2 Cor 5,17). Ninguém acolhe um adversário; hospeda-se apenas um amigo. XIII - Puro seja o coração 1. De resto, que motivo temos para lavar nossas mãos antes de ir orar, se o nosso espirito está imundo? Até as nossas mãos precisam de ser espiritualmente lavadas, a fim de que se levantem incontaminadas de mentira, de violência, de crueldade, dos atos de envenenamento, de idolatria e de outras manchas que brotam do coração e se realizam pelas mãos. É esta a verdadeira pureza (cf. 1Tm 2,8; Mt 15,20). Não se trata daquelas abluções que a maior parte das pessoas observa supersticiosamente para orar. Mesmo se acabam de vir de um banho completo, usam a água. 2. Como eu refletisse com a maior atenção o sentido dessa praxe, ocorreu-me à lembrança o gesto de Pilatos, lavando as mãos ao entregar o Senhor à condenação (cf. Mt 27,24). Quanto a nós, adoramos o Senhor; não o traímos. Devemos agir de maneira contrária ao exemplo do traidor e não lavar as mãos, a não ser por alguma contaminação própria da condição humana e da qual outros têm conhecimento. De resto, estão já bastante limpas as mãos que, em Cristo, lavamos uma vez por todas, junto com todo o corpo. XIV 1. Israel, embora lave todo dia o corpo, não está, contudo, purificado. Suas mãos estão sempre impuras, eternamente manchadas com o sangue dos profetas e com o do próprio Senhor. Por isso, os israelitas, culpados hereditariamente dos mesmos crimes de que tinham consciência os seus pais, não ousam levantar as mãos para o Senhor, de medo do clamor de um Isaías e de causar horror a Cristo. Quanto a nós, porém, não só as levantamos, mas as estendemos e, assim, imitando o Senhor na sua paixão, confessamos o Cristo com a nossa oração. XV - Costumes reprováveis 1. Uma vez que tocamos num exemplo de prática vazia de sentido religioso, vale a pena apontar outras, que por sua inutilidade merecem justa censura, e são privadas de qualquer ensinamento de autoridade do Senhor ou de um preceito apostólico. Tais costumes não pertencem a uma religião verdadeira, mas à superstição. São pretenciosos e exagerados, expressões de um culto mais indiscreto do que espiritual, e devem, com certeza, ser reprimidos, pela própria semelhança com os cultos pagãos. 2. É o caso, por exemplo, de alguns que antes de orar tiram o manto, como fazem os pagãos quando vão cultuar seus ídolos. Se fosse preciso agir desta maneira, os Apóstolos, ao ensinarem o modo de se vestir durante a oração, teriam incluído este uso; a não ser que alguém pense que Paulo deixou o seu manto em casa de Carpo (cf. 2Tm 4,13), por tê-lo tirado para a oração. Será que Deus não escuta pessoas vestidas com o manto, se ouviu a prece daqueles três santos que na fornalha do rei da Babilônia oravam com suas vestes e turbantes? XVI - Fatos erradamente tomados como ritos 1. O mesmo vale para o costume, que alguns têm, de se assentar, logo que termina a oração. Não consigo perceber a razão disso; é pueril. Que dizer então? Se o célebre Hermas, autor do livro intitulado "Pastor", depois de sua oração, não se tivesse sentado no leito, mas tivesse feito outra coisa, exigiríamos que se tomasse isto como observância obrigatória? Certamente não. 2. Com efeito, o texto em que diz: "Depois de ter orado, e de me ter assentado sobre o leito", deve ser entendido simplesmente como parte da narração e não como disciplina da oração. 3. Do contrário, seria impossível adorar a Deus, senão onde houver leitos 4. Mais ainda, agiria contra aquela obra, quem se assentasse numa cadeira ou num banco. 5. Se, pois, os pagãos se comportam desta forma, assentando-se depois de adorar suas estatuetas, tal uso merece censura entre nós, por ocorrer em rituais celebrados diante dos ídolos. 6. A isto se acrescenta a acusação de irreverência, que os próprios pagãos deveriam entender, se tivessem um mínimo de sabedoria. Se, com efeito, se considera desrespeitoso assentar-se alguém diante duma pessoa pela qual tem o maior respeito e veneração, quanto mais será irreligioso assentar-se em face do Deus vivo, ante o qual o anjo da oração se mantêm de pé? Ou estaríamos reclamando diante de Deus, porque a oração nos é fatigante? XVII - Orar com humildade 1. Na verdade, quando oramos com modéstia e humildade tornam-se recomendáveis diante de Deus as nossas preces. Nem levantemos muito alto as mãos, mas de modo sóbrio e correto, para que o rosto não se erga com arrogância. 2. Lembremo-nos daquele publicano, que orava a Deus com humildade não só nas palavras, mas também com o rosto inclinado para a terra, e saiu justificado, ao contrário do fariseu cheio de insolência (cf. Lc 18,9-14). 3. É preciso que manifestemos submissão também pelo tom da voz. De quantos pulmões precisaríamos, se fosse pela altura do som da voz que Deus nos ouve? Deus, em verdade, escuta, não a voz, mas o coração, até onde penetra o seu olhar. 4. O demônio do oráculo de Delfos assim falou: "Eu compreendo o mudo e escuto o que não fala". Será que os ouvidos de Deus precisam de sons? Como pôde a oração de Jonas chegar ao céu, do fundo das entranhas da baleia? Como pôde passar através das vísceras de tão grande animal e subir ao céu, dos abismos do mar, através da grande massa de águas? (cf Jn 2,1-11). 5. Que lucram aqueles que oram com voz mais gritante, senão incomodarem os vizinhos? Além disso, expondo ás claras seu pedido, nada de menos fazem do que ostentar publicamente que estão orando. XVIII - Os que Se abstém do ósculo da paz quando jejuam 1. Vejamos agora um outro costume que prevaleceu. Põem-se alguns a jejuar, participam da oração com os irmãos, mas no fim, se esquivam do ósculo da paz que é justamente o selo da oração. 2. Que melhor momento para trocar com os irmãos o dom da paz, senão quando a nossa oração se torna mais agradável a Deus? Eles, então, participam do nosso jejum, ao mesmo tempo que ajudam os irmãos com a sua paz. 3. Qual oração pode ser completa, se separada do ósculo santo? 4. Pode o ósculo da paz impedir a alguém de oferecer culto a Deus? 5. Que espécie de sacrificio cultual é aquele do qual os irmãos saem sem o beijo da paz? 6. Qualquer que seja a razão dada para se subtrair ao ósculo da paz, não pode ser mais forte do que a observação do preceito de esconder os nossos jejuns (cf. Mt 6,16-17). Se, com efeito, evitamos o ósculo, torna-se patente que estamos jejuando. Se, portanto, alguém tem alguma razão, pode, sem violar o referido preceito, abster-se do ósculo da paz em sua casa, onde é impossível esconder o jejum. Na assembléia não se abstenha do ósculo. Mas, em toda parte onde é possível esconder o jejum é necessário lembrar-se do preceito. Assim, estando fora de casa, satisfarás ao preceito; estando em casa, satisfarás o costume. 7. Desta forma, também no tempo da preparação da Páscoa, em que a prática religiosa do jejum é geral e pública, omitimos justamente o ósculo, sem a preocupação de ocultar o que fazemos em companhia de todos. XIX - Procedimento nos dias de "estação" 1. Situação semelhante acontece nos dias de "estação", em que a maioria se abstém das orações do sacrificio eucarístico, porque o jejum estacional deveria ser interrompido com a recepção do Corpo do Senhor. 2. Pode a eucaristia quebrar um serviço reverente prestado a Deus? Acaso não o une mais a Deus? 3. Não será, acaso, mais intenso teu jejum estacional, se te pões em pé, ante o altar de Deus? 4. Se recebes o Corpo do Senhor e o guardas em reserva, salvam-se as duas coisas: a participação do sacrificio eucarístico e o cumprimento do jejum. 5. Se o costume da "estação" deriva da vida militar (somos, com efeito, a milícia de Deus), sabemos que nenhum motivo de alegria ou de tristeza sobrevindo no quartel anula a prontidão do soldado. Na verdade, a alegria fará cumprir o dever com maior boa vontade; a tristeza, com maior diligência. XX - Indumentária das mulheres 1. Quanto à indumentária, pelo menos das mulheres, a variedade de costumes nos obriga a tratar do assunto. Mas nem nós nem qualquer outro o faremos sem atrevimento, uma vez que se pronunciou o santo Apóstolo Paulo (cf. 1Cor 11,3-16; 1Tm 2,9). Entretanto, não seremos atrevidos, se falarmos conforme o ensinamento do Apóstolo. 2. Na verdade, são claras as prescrições a respeito do modo de vestir e dos ornamentos. Também Pedro, com idênticas palavras, porque no mesmo espírito de Paulo, condena a presunção nos vestidos, a arrogância no uso do ouro, a impertinência em cabeleiras mais próprias de prostitutas. TRATADO SOBRE A ORAÇÃO - Parte III (Final) XXI - O uso de um véu 1. Mas não podemos deixar de tratar de um assunto observado de modo variável nas igrejas, como se não fosse questão definida: devem ou não as virgens usar véu? 2. Aqueles que permitem às virgens andar com a cabeça descoberta, parecem basear-se no fato de que o Apóstolo, ao prescrever a obrigatoriedade do véu, designa as mulheres em geral, não as virgens nomeadamente. Paulo, dizendo mulheres, não se teria referido ao sexo feminino em geral, mas a uma categoria de pessoas, as mulheres casadas (cf. 1Cor 11,6-15). 3. Se, com efeito, nomeasse o sexo feminino em geral, suas prescrições abrangeriam toda mulher, sem exceção. Mas, como se refere só a uma categoria, a omissão exclui a outra. 4. Podia, com efeito - dizem alguns - ou referir-se às virgens, de modo especial ou, senão, falar de mulheres em geral, como um todo. XXII - O véu é prescrito por São Paulo 1. Os que fazem tal concessão, devem repensar o sentido da própria palavra. Que significa o termo mulher, desde as primeira letras da Sagrada Escritura? É o nome genérico do sexo feminino, e não de uma categoria especial. Assim é que Deus chamou Eva de mulher, já antes que ela se unisse ao homem (cf. Gn 2,21-25; 5,2). Mulher para o gênero globalmente, e esposa para determinada categoria, de modo especial. Se, pois, ele dá o nome de mulher a Eva, mesmo ainda inupta, o termo mulher se tornou aplicável também à virgem. Não é, pois, de se admirar que o Apóstolo, movido pelo Espirito que inspira toda a Sagrada Escritura, inclusive no livro do Gênesis, tenha usado a mesma palavra, isto é, mulher, que, a exemplo de Eva, convém igualmente a uma virgem. 2. O restante, aliás, concorda com isso. Pelo fato de não nomear as virgens, ao contrário do que faz ao ensinar sobre o matrimônio (cf. 1Cor 7,34), Paulo indica suficientemente que se refere a todas as mulheres e ao sexo feminino em geral, sem fazer distinção entre mulher e virgem, que de todo não cita. Aquele que em outro lugar se lembrou de distinguir, quando a diferença o exigia (e ele usou dois vocábulos diferentes para distinguir as duas categorias), não quer que se veja diferença, quando ele não distingue nem se refere a duas categorias. 3. Que dizer do fato de que na língua grega, em que Paulo escreve suas cartas, é costume usar o termo gynaikas (mulheres) em vez de theleías, em latim feminas? Se, deste modo, aquele termo é habitualmente usado para indicar todo o sexo feminino, e pode ser traduzido em latim por femina, é claro que, dizendo gynaika (mulher), quis nomear todo o sexo feminino, no qual estão compreendidas igualmente as virgens. 4. Mas há um pronunciamento de Paulo bem evidente: "Toda mulher que estiver em oração e profetizar com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça" (1Cor 11,5). Que significa "toda mulher", senão mulher de qualquer idade, de qualquer ordem, de qualquer condição? Dizendo "toda" , ele não exclui qualquer categoria de mulher, como não exclui qualquer homem da proibição de velar a cabeça. Por isso, com efeito, diz: "Todo homem" (1Cor 11,4). Como, pois, relativamente ao sexo masculino, com a expressão "todo homem", Paulo proíbe até aos mais jovens usar véu, igualmente, para o sexo feminino, com o termo mulher, obriga até a virgem a cobrir-se com o véu. Em ambos os sexos, os de menor idade devem seguir a disciplina dos maiores. Do contrário, obrigaríamos os rapazes ainda virgens do sexo masculino a usar véu, se não são as mulheres virgens obrigadas a isso, visto que os rapazes não são nominalmente citados. Se há distinção entre mulher e virgem, também existe entre homem e rapaz. 5. Com certeza, diz Paulo que as mulheres devem usar véu por causa dos anjos (cf. lCor 11,10), porque os anjos se afastaram de Deus por causa das filhas dos homens (cf Gn 6,2). Quem poderá responsabilizar só as mulheres adultas, já casadas e privadas da virgindade, de excitarem a concupiscência, a não ser que se negue que as virgens são mais belas e atraem enamorados? Vejamos mesmo se os anjos não desejaram senão as virgens, já que a Escritura diz "filhas dos homens", quando podia nomear indiferentemente as esposas dos homens ou as mulheres. 6. Igualmente, ao dizer: "E as tomaram por esposas" (Gn 6,2), a Escritura quer dizer que são recebidas como esposas as mulheres ainda não casadas. Se não fossem mulheres núbeis, usaria de expressão diferente. Uma mulher é disponível para contrair casamento se é viúva ou virgem. Assim, usando o termo "filhas" inclui nessa expressão genérica uma categoria especial. 7. Quando diz o Apóstolo que a própria natureza ensina que as mulheres devem usar véu, pois a sua cabeleira lhes serve de cobertura e ornamento, não podemos, acaso, concluir que também às virgens foi determinada semelhante cobertura e ornamento? Se é vergonhoso para uma mulher raspar a cabeça, o mesmo é para a virgem. 8. Se existe uma única condição para a cabeça da mulher, há uma única disciplina, inclusive para aquelas virgens que ainda têm a proteção da infância. Já desde pequenina, a menina é chamada de mulher. Foi assim, de resto, a observância do povo de Israel. Mas mesmo que nele não se observasse esse costume, a nossa lei, que amplia e completa a dele, exigiria para si esse acréscimo, impondo às virgens o uso do véu. Escuse-se dessa norma aquela idade que ainda ignora o sexo. Que ela goze do privilégio da simplicidade infantil. Todavia, Eva e Adão, logo que começaram a conhecer o bem e o mal, ocultaram sem demora o que descobriram (cf. Gn 3,7). Assim também, as meninas que passaram da infância, do mesmo modo que obedecem à natureza, obedeçam também à disciplina. Ao se desenvolver o corpo, começam também as funções da mulher. Nenhuma menina é mais virgem, desde que se pode casar, porque então a idade a desposou a um varão, isto é, ao tempo [da puberdade]. 9. Mas pode alguém objetar: Uma jovem se consagrou a Deus. Apesar disto, à medida que cresce, ela muda de penteado e todos os seus vestidos, à maneira feminina. Fale com toda gravidade e mostre-se à altura de uma virgem. Se algo esconde por causa de Deus, proteja-o completamente. Se vivemos sob o olhar complacente de Deus, interessa-nos que só a ele nos confiemos, de modo somente dele conhecido, a fim de não recebermos do homem o que só de Deus esperamos. Por que, então, descobrir diante de Deus o que velas diante dos homens? Serás, por acaso, mais recatada na rua do que na igreja? Se é graça de Deus [a tua virgindade] e, como diz Paulo, a "recebeste, por que te glorias, como se não tivesses recebido"? (1Cor 4,7). Por que te mostras ostensivamente e julgas assim as outras? Ou, acaso, pensas que com a tua vaidade, convidas as outras para o bem? Na realidade, se te glorias, corres o risco de te perderes, e forças as outras a correrem o mesmo perigo. Facilmente se destrói o que se assume com desejo de glória. Cobre-te do véu, ó virgem, se és virgem; deves enrubescer-te. Se és virgem, não suportes o olhar de muitos. Ninguém possa olhar com admiração a tua face; ninguém perceba em ti uma farsa. Se velas a tua cabeça, finges ser casada. Mas, a bem dizer, não estás mentindo, pois és esposa de Cristo. A ele consagraste a tua carne; vive, pois, segundo a disciplina do teu esposo. Se ele ordena que usem véu as esposas alheias, quanto mais as suas! 10. Mas objetam: Ninguém deve mudar o que foi instituído por seu antecessor. Muitos aprovam com sua prudência um costume instituído por outro e reconhecem essa tradição. Mas, admita-se que as jovens não sejam obrigadas a trazer o véu; não se deve, contudo, impedir que o ponham aquelas que o quiserem. E se também as virgens não podem negar o que são, contentem-se em gozar da certeza de que Deus está ciente da sua virtude. Quanto àquelas que se desposarem, posso declarar com certeza, a meu critério, que elas devem usar o véu, desde o dia em que pela primeira vez tocaram o corpo do seu esposo e tremeram pelo beijo e pelo aperto da mão direita. Para tais mulheres, tudo já é matrimônio: a idade, porque já são maduras; a carne, porque já têm idade de casar-se; pelo espírito, porque conscientes de tudo; pelo pudor, porque experimentaram o beijo; a esperança, porque estão na expectativa das núpcias; a mente, porque querem o casamento. Baste-nos o exemplo de Rebeca: apenas indicado o seu futuro esposo, já se toma esposa à notícia de sua chegada e logo se cobre do véu (cf. Gn 24,65). XXIII - Devemos ajoelhar-nos para orar? 1. A respeito da atitude de ajoelhar-se durante a oração, há variedade de observâncias. Alguns aos sábados omitem a genuflexão. Este desacordo é causa de disputas nas Igrejas. 2. O Senhor dará a graça, a fim de que eles venham a ceder, ou então, sigam a sua opinião sem escandalizar os outros. Nós, porém, de acordo com a tradição que recebemos, somente no dia da ressurreição do Senhor evitamos não só ajoelhar-nos, mas também toda atitude ou ato de culto que exprima tristeza. E adiamos os nossos negócios, para não deixar ao diabo oportunidade alguma (cf. Ef 4,27). Fazemos o mesmo no período de Páscoa a Pentecostes, que transcorre como uma só celebração. 3. De resto, em todos os outros dias, quem hesita em prostrar-se diante de Deus, ao menos na primeira oração, quando desponta a luz do dia? 4. Nos dias de jejum e das chamadas estações, a oração não é acompanhada de genuflexões ou gestos costumeiros de humildade. Com efeito, não nos limitamos a orar, mas também rogamos perdão e procuramos dar satisfação ao Senhor, nosso Deus. XXIV - O lugar da oração 1. Não há prescrição sobre os tempos da oração, a não ser, naturalmente, a de orar em todo tempo e lugar (cf. Lc 18,1; Ef 6,18; 1Ts 5,17; 1Tm 2,8). Mas como orar em todo lugar, se é proibido orar em público? (cf. Mt 6,5-6). "Em todo lugar", diz a Escritura, quer dizer em toda parte onde for oportuno ou houver necessidade. Nem nos parece que os Apóstolos agiram contra o preceito, quando no cárcere oravam e cantavam a Deus diante dos seus guardas (cf. At 16,25), ou Paulo que deu graças a Deus na presença de todos, num navio (cf. At 27,35). XXV - Em que tempo orar 1. Quanto ao tempo da oração, não será supérfluo observar, além dos momentos prescritos, as orações também em certas horas que todos conhecem e que marcam as partes do dia: nove da manhã, meio-dia, três da tarde. Tais horas, podemos ver na Escritura, são as mais importantes. 2. Foi às nove da manhã que, pela primeira vez, o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos reunidos (cf. At 2,1-4). 3. Pedro tinha subido ao meio-dia ao terraço para orar, e teve a visão dos alimentos impuros numa toalha (cf. At 10,9-16). 4. O mesmo Pedro, às três horas da tarde, subiu com João ao Templo, e lá restituiu a saúde ao paralítico (cf At 3,1-10). 5. Embora tais passagens sejam simples narrativas que não acarretam prescrição, seria bom considerá-las como convite a orar e também como norma, a fim de nos arrancarmos das ocupações ordinârias em certos intervalos do dia e nos dedicarmos à oração. Lemos, com efeito, na Escritura que Daniel orava nessas horas, conforme o ensinamento de Israel (cf Dn 6,10). Desta forma, ao menos três vezes ao dia, vamos adorar as Três Pessoas às quais devemos tudo: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Obviamente, essas orações acrescentam-se ás outras prescritas regularmente, e mesmo sem indicação explícita devem ser recitadas ao raiar do dia e ao cair da noite. 6. Mas os fiéis cristãos, antes da refeição e do banho, devem fazer oração. Pois têm prioridade o refrigério e a nutrição do espírito, relativamente aos do corpo, pois as coisas do céu vêm antes das terrestres. XXVI - A acolhida fraterna 1. Ao irmão que entra em tua casa, não o despeças sem uma oração. "Viste teu irmão, viste o Senhor", conforme se diz vulgarmente. Sobretudo, se for um peregrino. Pode ser um anjo (cf. Hb 13,2). 2. Mas também tu, se fores recebido por irmãos, não prefiras os prazeres terrenos aos celestes. Nisto se julgará acerca de tua fé. De outro modo, como poderás, segundo o preceito, dizer: "Paz a esta casa" (Lc 10,5), se não trocas o ósculo da paz com os seus moradores? XXVII - Aleluias e salmos na oração 1. Os que oram com maior empenho costumam acrescentar às suas orações o Aleluia e salmos de louvor, cujos finais permitem aos presentes ajuntar responsórios. É ótima atitude apresentar a Deus, como hóstia agradável, uma oração assim enriquecida reconhecendo a majestade e a honra divinas. XXVIII - A oração em espírito e verdade 1. Nossa oração é hóstia espiritual que aboliu os sacrifícios precedentes (cf. 1Pd 2,5; Hb 13,15). Com efeito, disse Deus: "Que me importam os vossos sacrifícios todos? Estou enjoado dos vossos holocaustos de carneiros e não quero a gordura dos cordeiros nem o sangue dos touros e dos bodes. Quem, aliás, pediu tais coisas das vossas mãos?" (Is 1,11-12). 2. O Evangelho nos ensina o que Deus exige de nós: "Virá a hora em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. Deus, de fato, é espírito" (Jo 4,23-24), e portanto, deseja tais adoradores. 3. Somos nós os verdadeiros adoradores e os verdadeiros sacerdotes (cf. Ap 1,6; 5,10; 20,6) porque oramos em espírito (cf 1Cor 14,15; Ef 6,18), e oferecemos a Deus nossa oração como um sacrifício que lhe agrada, que ele aceita, a hóstia que ele previamente pediu e escolheu. 4. Esta é a hóstia a levarmos ao altar de Deus, consagrada de todo o coração, alimentada pela fé, adornada pela verdade, íntegra pela inocência, pura pela castidade, coroada pela caridade, com um séquito de boas ações, entre salmos e hinos. Por ela, obteremos tudo da parte de Deus. XXIX - Eficácia da oração 1. À oração em espírito e na verdade, que poderá Deus negar, se é ele mesmo que a exige? Nós lemos, ouvimos dizer e cremos, com inúmeras provas da sua eficácia! Outrora, a oraçao libertara do fogo (cf. Dn 3,25-30), das feras (cf. Dn 6,17-25) e da fome (cf Dn 14,37) e, no entanto, ainda não recebera do Cristo a forma devida. Entretanto, quanto mais eficaz é a oração cristã! Ela não faz descer o anjo que proporciona orvalho ao meio das chamas (cf. Dn 3,49-50), nem fecha a boca dos leões, nem leva aos famintos o alimento de camponeses (cf. Dn 14,33-39). Ela não nos dá a graça de não sentirmos o sofrimento, no entanto, confere a força da paciência aos que sofrem, se afligem, experimentam a dor. Com essa força, ela aumenta a graça, a fim de que os crentes saibam o que esperar do Senhor, conscientes de sofrerem por seu nome. 2. Além disso, outrora a oração pedia flagelos (cf. Ex 7,10), desbaratava exércitos inimigos (cf. Ex 17, 8-15), impedia chuvas benéficas (cf. 1 Rs 17,1). Agora, porém, a oração dos justos afasta a ira de Deus, põe-se em vigílias pelos inimigos, suplica pelos perseguidores. É, acaso, de admirar, que faça descer águas do céu a oração que pôde obter chamas de fogo (cf. 2Rs 1, 10-14)? Só a oração consegue vencer a Deus, mas Cristo não quis que ela fizesse mal, e lhe conferiu plena eficácia para o bem. Por isso, de nada ele quis saber senão de fazer voltar à vida as almas dos mortos, que já caminhavam pela estrada da morte, de devolver forças aos fracos, de curar doentes, de purificar possessos, de abrir portas dos cárceres e quebrar cadeias dos inocentes. É ainda essa oração que lava os pecados, repele as tentações, extingue as perseguições, dá coragem aos covardes, alegra os fortes, conduz à casa os peregrinos, acalma as ondas do mar, faz medo aos malfeitores, alimenta os pobres, governa os ricos, levanta os que caíram, mantém firmes os que vacilam, conserva os que estão de pé. 3. A oração é o baluarte da fé, nela temos as armas e os dardos contra o inimigo que nos espreita de todos os lados. Assim, pois, jamais andemos desprevenidos. De dia, lembremo-nos de estar de prontidão; à noite, recordemo-nos das vigílias. Guardemos com as armas da oração a bandeira do nosso imperador, e orando esperemos a trombeta do anjo. 4. Oram também todos os anjos, oram todas as criaturas, oram os rebanhos e as feras que dobram os joelhos. Quando saem dos estábulos e tocas, olham para o alto, levantam a cabeça e não fecham a boca, mas gritam, fazendo vibrar o ar, cada qual conforme a sua natureza. Até as aves despertam, elevam-se para o céu, asas abertas - mãos estendidas - uma cruz. Qualquer coisa sussurram. Seria oração. Que mais dizer sobre o dever da oração? O próprio Senhor também orou. A ele, glória e poder pelos séculos dos séculos!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

FILHOS DE QUEM?

Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: 
Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a 
Abraão. (Lucas 3:8) 


O apóstolo Pedro escreveu: Amados, escrevo-vos agora esta segunda carta, em ambas as
quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero (2 Pedro 3:1). A intenção de Duanne
Troyer ao escrever esta carta foi de despertar o ânimo sincero no coração ou na mente do
povo de Deus, especialmente os irmãos entre os descendentes dos anabatistas que tentam
preservar a fé dos nossos antepassados (NT Amish, huteritas e menonitas) mas é de grande
valor para quem se encontra seguindo o sistema de um grupo/ denominação que no passado
deu um testemunho fiel e por isso pensa está seguindo o mesmo caminho desses
antepassados.
O homem quase sempre é capaz de reconhecer o povo de Deus que viveu no passado, mas
de alguma forma, reconhecer o povo de Deus que vive hoje, não é tão fácil. Sempre foi assim e
sempre será. Nathaniel Howe expressou isso dessa forma: "O caminho do mundo é louvar
santos mortos e perseguir os santos vivos."
Jesus encontrou este problema entre os líderes religiosos durante seus dias na terra. Em
Mateus 23:29-3, Ele diz: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os túmulos dos profetas e adornais os túmulos dos justos, e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de
nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas. Então vocês
testemunham contra vós mesmos que sois filhos dos que assassinaram os profetas. "
Quando os escribas e fariseus liam os livros do Antigo Testamento, era muito fácil para eles
fazer a distinção entre profetas justos e verdadeiros dos filhos do diabo, que rejeitaram os
profetas justos. E os fariseus tinham certeza de que eles estavam mesmo de acordo com os
justos. Eles tinham certeza de que, se os profetas do passado pudessem de alguma forma
entrar em seu próprio tempo, certamente se dariam bem. Mas eles não puderam identificar os
profetas justos e verdadeiros que estavam entre eles em pessoa e, portanto, os rejeitaram.

Da mesma forma, quando os líderes das Igrejas ligadas ao Estado na Idade Média e da época
da Reforma liam os evangelhos e o livro de Atos, era muito fácil para eles verem que Jesus era
o Cristo, João Batista era um verdadeiro profeta, e que os seus discípulos eram justo. Eles não
tinham nenhum problema em ver que os escribas e fariseus que rejeitaram Jesus, João e os
apóstolos, eram filhos do diabo. Esses líderes da igreja do estado tinham certeza de que se
tivessem vivido no tempo dos apóstolos, teriam perfeita comunhão com eles. Eles tinham
certeza de que se os apóstolos pudessem de alguma forma entrar em seu próprio tempo,
Pedro, João, Paulo e outros, teria se dado muito bem. Mas eles não puderam identificar os
profetas justos e verdadeiros que estavam entre eles em pessoa e, portanto, os rejeitaram.

Quando nós, os descendentes dos anabatistas, lemos sobre o renascimento da Reforma, é
muito fácil para nós ver que os anabatistas foram a seu tempo a verdadeira Igreja e os
seguidores de justiça do Cordeiro de Deus. Também facilmente reconhecemos que os católicos
e os protestantes que rejeitaram e perseguiram os anabatistas eram filhos do diabo. Estamos
confiantes de que, se tivéssemos vivido naquela época estaríamos de acordo com os
anabatistas. Estamos confiantes de que, se os primeiros anabatistas pudesse de alguma forma
entrar na nossa terra e em nossos tempos, Conrad Grebel, George Blaurock, Hans Hut e
outros, com certeza daríamos as destras de companheirismo. Mas podemos identificar os
profetas justos e verdadeiros entre nós hoje? Ou nós já os rejeitamos?

Este é o problema de ter uma visão 20/20, quando olhamos para o passado, mas ser
totalmente cegos para as situações deste tempo, não um problema para certas pessoas em
determinados momentos e em determinadas regiões. É um problema universal e perpétuo. Na
verdade, quanto mais eu olho para o que aconteceu e o que está acontecendo, mais eu penso
que quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas!

Isaías, Jeremias e Ezequiel eram poderosos profetas de Deus. Ninguém pode negar! Mas a
verdade é que esses mesmos profetas fizeram alguns atos muito peculiares. Imagine só ter
vivido em seus dias, se puder. Você teria visto um desses homens andando descalço e nu por
três anos (Isaías 20). Ou você poderia ter visto um deles construir uma maquete de Jerusalém
com tijolo, com uma panela de ferro, e alguns outros objetos. Então você teria visto ele deitado de lado junto a este estranho conjunto de objetos. Todos os dias que você passasse
por ali, lá estaria este homem, sem nunca se virar de um lado ao outro. Por 390 dias
permanece deitado de lado esquerdo. Então ele se levanta e volta se deitar sobre o seu lado
direito e lá permanece prostrado por mais 40 dias. E durante esse ano e dois meses que ele
passou lá, sob todos os tipos de clima, você teria notado que ela só come pão de cevada
preparado com esterco por ele mesmo. (Ezequiel 4).

Ou talvez você teria visto um homem jovem de pé na porta da cidade, por onde todo mundo
passava, chorando, lamentando, e levantou a sua voz, declarando a ruína que estava por vir.
Sua mensagem era tão triste e melancólica que enfraquecia as mãos dos homens de guerra.
Mesmo o pensador mais positivo se tornava pessimista, depois de ouvir este jovem. (Veja
Jeremias e Lamentações).

Que tipo de homens era esses? Eram radicais, estranhos, excêntricos e perturbadores da paz e
da boa ordem. Quem mandou eles fazerem isso? Ou de onde veio sua autoridade?

Também tenha em mente que, entre aqueles que rejeitaram esses santos profetas, houve
muitas pessoas amáveis, houve muitos homens atenciosos e simpáticos, homens que teriam te
ajudado se você estivesse em necessidade, homens que eram muito mais velhos do que os
profetas, homens que desejavam que reinasse a justiça sobre a maldade.

Eu vou deixar você decidir como seria fácil de discernir quem eram os profetas justos e
verdadeiros. De que lado você ficaria?

Nós tendemos a pensar que, se tivesse vivido na Palestina há dois mil anos, teríamos sido
capazes de entender que este homem chamado Jesus era o Filho de Deus, e ter acreditado que
cada palavra que ele falava e cada obra que ele fazia, eram justas e santas. Mas podemos ter
certeza disso? Lembre-se que naquele momento você ainda não sabia que ele iria morrer por
você na cruz e ser ressuscitado a vida novamente. Não havia nada atraente na sua aparência
para você sequer querer chegar perto dele (Isaías 53:2). Houve momentos em que ele estava
visivelmente alterado ou irritado (Marcos 3:05, Marcos 8:12, João 11:38). Muitas vezes Seus
discursos e críticas as pessoas Ele foi qualquer coisa, menos discreto. (Marcos 7:25, Mateus 23,
Lucas 11:39-52). Chingou Herodes de "rapoza". (Lucas 13:32). Um dia, ele se virou e disse a
seus seguidores que eles deveriam odiar seus pais, mães, esposas, filhos, irmãos, irmãs e até a
si mesmos, se eles quisessem ser seus discípulos. (Lucas 14:26). Um dia ele entrou no templo,
e com forte golpe derrubou mesas e cadeiras onde as pessoas estavam sentadas ecom um
chicote e expulsou os animais e as pessoas pra fora do templo, criticando elas. (Mateus 21, Marcos 11, Lucas 19 e João 2). Isso sem falar que, este mesmo homem disse que se não
comermos sua carne e bebermos seu sangue, não poderemos viver. (João 6:53-58).

Que tipo de homem era Esse? Um radical, estranho, excêntrico e perturbador da paz e da
ordem. Quem mandou Ele fazer isso? Ou de onde veio a sua autoridade?

Também tenha em mente que, entre aqueles que rejeitaram o Senhor Jesus Cristo, houve
muitas pessoas amáveis, houve muitos homens atenciosos e simpáticos, homens que teriam te
ajudado se você estivesse em necessidade, homens que eram muito mais velhos do que o
próprio Jesus Cristo, homens que desejavam que reinasse a justiça sobre a maldade.

Agora imagine no mundo de hoje, sim, mesmo em nosso meio, um povo diferente, zeloso e de
boas obras incendiados pela verdade. Um povo cujos pregadores fossem em todos os lugares
para batizar alguém que verdadeiramente se arrependesse, às vezes por imersão, às vezes por
aspersão, a qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer estação do ano. Estes homens
estariam nas esquinas das ruas e vielas das nossas vilas e cidades pregando a palavra de Deus a
todos que passassem. Talvez você os veja às vezes com mensagens muito confrontadoras em
público. Até suas mulheres seriam testemunhas da verdade e se forem constrangidas a falar,
não permanecerão em silêncio.

Sua adoração e celebração da Ceia do Senhor seriam freqüentes, em qualquer dia da semana,
a qualquer hora do dia ou da noite. Cantam principalmente canções escritas por seus próprios
membros. Se as pessoas participarem nas suas reuniões apenas precisa entender o idioma
local, que se recusam a aprender alemão ou qualquer outra língua. Qualquer irmão inspirado
pelo Espírito Santo seria autorizado a falar em suas reuniões. Essas pessoas não teriam
nenhum problema moral com trabalhar aos domingos e nem ficam ansiosos por feriados e
férias.

Esse povo iria enviar os jovens por semanas e meses se necessário, deixando em casa esposa e
filhos, para pregar o evangelho aos perdidos.

Essas pessoas têm um grande respeito e estima por sua convicção interna (Que os anabatistas
chamavam de Gemüth), e têm pouco respeito pela voz de uma igreja. Eles rejeitam a idéia de
"convicção em grupo", porquanto entregaram todas as suas "convicções pessoais" para seguir
tudo o que restava: o Gemüth ou "convicção interior" (conhecimento ou Luz da Verdade
dentro de nós mesmos. Ver João cap.1 vs. 9).
 A maioria dessas pessoas seria pobre. Se eles tivessem sido rico em dinheiro e posses, teriam
se tornado voluntariamente pobres. O grupo seria composto principalmente de jovens entre
quinze e trinta e cinco anos de idade.

O que pensaríamos de um povo assim? Não quero dizer, de um povo que mora do outro lado
do globo. Nem mesmo de um povo que tenha vivido no passado. Quero dizer, se vivessem
neste momento, aqui nesse país, bem no meio de nossas comunidades. Alguns seriam de
nosso povo. O que nós pensaríamos deles?

Eu acho que sei o que pensaríamos. O mais provável seria chamar a eles de radicais, estranhos,
excêntricos, individualistas, pietistas, rebeldes, hereges, fanáticos, teimosos, perturbadores da
paz e da boa ordem. De onde veio sua autoridade?

Mas espere um minuto. Isso é exatamente o que os católicos, luteranos, calvinistas e
Zwinglianos chamaram nossos antepassados em 1500! Nos anabatistas foi encontrada cada
uma dessas características que eu mencionei acima. A maioria dessas características foi
justamente o que trouxe medo e alarme para as igrejas do Estado. Eu sei que a maioria das
disputas entre os primeiros anabatistas e os "filhos dos fariseus" girava em torno de temas
como: batismo, sacramentos, juramentos, não-resistência, santa unção, e outros, mas na
maioria das vezes, sabemos que os anabatistas poderiam ter escapado da perseguição e teria
sido concedido o privilégio de manter suas crenças se só tivessem se contentado em ficar
quietos e deixar a pregação e o ensino apenas para o clero da Igreja do Estado.

Oramos por um avivamento em nossa igreja, mas como será esse avivamento? Temos a
certeza de que poderíamos reconhecê-lo? Poderia ser um pouco diferentes do que
imaginamos. Pode não começar com as pessoas que pensamos. Porque Deus é poderoso para
criar, a partir dessas pedras, os filhos dos anabatistas, que são filhos dos apóstolos, que são
filhos dos profetas, que são filhos de Abel, que são filhos de Deus. E, como sempre foi, vão
parecer estranhos, radicais, excêntricos, perturbadores da paz e da boa ordem, aos olhos do
mundo e dos líderes religiosos contemporâneos, que são filhos dos padres católicos, de Lutero,
Zwinglio e Calvino, que são filhos dos escribas e fariseus, Pilatos e Herodes, que são filhos de
Acabe, de Joás, de Zedequias, e do rei Manassés, que são filhos de Caim, que são filhos do
diabo.

Mas por que fazer todo esse alarde sobre podemos ou não reconhecer o povo de Deus? Jesus
não diz simplesmente, "pelos seus frutos os conhecereis"? Não são os frutos do Espírito: amor,
alegria, paz, etc.? Na verdade, isso é verdade. Mas se nós confiamos em nosso próprio
entendimento de como é o Amor, Alegria e Paz de Deus, estaremos usando um raciocínio pobre, e o mais provável é que tenhamos outro ponto cego aí. Jesus é o nosso modelo
perfeito. Quando derrubou as mesas, chamou pessoas de serpentes e raça de víboras, e
chamou Herodes de raposa, aqueles sim eram os frutos do Espírito em ação.

Ou talvez você esteja se perguntando se faz algum sentido ou se é relevante nos perguntar se
estamos ou não reconhecendo os santos de nossos dias. Eu serei o primeiro a admitir que
vivemos em tempos perigosos, e que existem muitos falsos profetas e anticristos. Mas pela
autoridade das Escrituras posso garantir que todo aquele que rejeitar, evitar, abandonar ou
excomungar os filhos de Deus, fez o mesmo com o próprio Senhor Jesus Cristo (Atos 9:4-5,
Mateus 25:40, Provérbios 14 : 31, Hebreus 6:10). Temos também a incrível história em 3 João
9-11, sobre Diótrefes que amava a preeminência e não recebia ao apóstolo João, e/ou irmãos.
João simplesmente o chama de mal.

Os primeiros anabatistas viram os católicos e reformadores como a Grande Prostituta da
Babilônia. Quando olhamos para trás, vemos que é muito fácil de ver que realmente eram.
Agora, eu não pretendo ter um conhecimento perfeito do Livro de Apocalipse, mas aqui eu
quero dar algo para se pensar. Os católicos e os protestantes em 1500 não eram a prostituta
da Babilônia, batizando crianças, fazendo juramentos, ou adorando ídolos. Foi a Prostituta da
Babilônia porque estavam embriagados com o sangue dos santos e do sangue dos mártires de
Jesus. A prostituta da Babilônia, em Apocalipse 17, é a mãe. Isso significa que ela tem filhos.

Eu acho que desde a época de Caim e Abel à segunda vinda de Cristo, cada geração teve, tem e
terá o seu próprio dragão, sua cavalgadura, e sua própria Babilônia, a Grande, que faz guerra
contra o Cordeiro, contra as mulheres e contra o resto de seus filhos, que são aqueles que
guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus (Apocalipse 12).

Você notou que a última parte: e têm o testemunho de Jesus Cristo. Aqueles que andam no
caminho Ele andou. Aqueles que estão dispostos a beber o cálice que Ele bebeu e ser
batizados com o batismo que Ele foi batizado. Aqueles que, como seu Mestre, amam a justiça
e odeiam a iniqüidade. O mundo está cheio de pessoas boas, pessoas sensatas e amigáveis. No
entanto, as mesmas pessoas opor-se à cruz de Cristo.

Se você acha que é difícil discernir quem são os discípulos de Jesus Cristo hoje, então coloque
imediatamente toda a armadura de Deus. Fixe seus olhos em Cristo Jesus e continue lutando
contra inúmeros inimigos. Contra a vontade da carne, contra os desejos dos olhos, contra o
orgulho da vida, contra si mesmo, contra o seu próprio egoísmo e contra o seu "eu" contra pai,
contra mãe, contra irmãos, contra irmãs, contra mulher, contra filhos, contra terras, contra o
mundo, contra os seus amigos, contra os líderes religiosos em torno de você, contra os teólogos, contra o patrimônio, contra a honra, contra a opinião popular contra o pensamento
positivo, contra a ansiedade, sem medo, sem olhar para trás, sem olhar para a esquerda, sem
olhar para a direita, até que a tua mão grude na espada lutando assim, e cada inimigo seja
derrotado.

Em seguida, rapidamente descobrirá que os filhos da serpente estarão à espreita de sua alma.
Reconhecerá também seguidores do Cordeiro, que vão lhe trazer uma doce comunhão.

E repito o conselho que Ana Rotterdam deu a seu filho em 1539: "Quando você encontrar um
rebanho pequeno e simples, pobre, desprezado e rejeitado pelo mundo, junte-se a eles,
porque onde nós ouvimos da cruz, lá está Cristo, portanto, nunca se afastam deles."

Se esse caminho parece estreito demais, difícil demais, muito duro ou de muita solidão, então,
escolha hoje a quem você vai servir. Mas não comece a dizer a si mesmos, uma mentira como
tenho os anabatistas por pais. "Pois os anabatistas, por sua vez, estavam dispostos a tomar a
sua cruz e andar por este caminho estreito, o caminho encontrado por tão poucos e trilhado
por muito menos ainda. Este caminho, que foi inaugurado pela primeira vez pelo Nosso
Afligido, Rejeitado, Acusado falsamente, e Ensanguentado Senhor e Salvador, Jesus Cristo. E
ele ainda te chama: "Segue-me".

 -By Duanne Troyer
www.aigrejaprimitiva.com.br

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O FILÓSOFO MALUCO
Logo pela manhã, quando o sol nasceu e iluminou as ruas empedradas da antiga Atenas, um personagem exótico subiu de um chafariz, onde passou a noite. Vestia uma túnica rasgada e suja, andava feito um mendigo pelas ruas estreitas da cidade. Enquanto caminhava, seu cabelo branco e barba branca abundante e refletiam os raios solares daquela manhã. Apesar de ter sido um dia ensolarado, ele carregava uma tocha acesa em suas mãos , caminhando com dificuldade se espremendo em meio a uma multidão que andava em todas as direções.
Dirigindo-se ao mercado, movimentado e aglomerado, se dirigiu a um homem após o outro, levantando a tocha em direção ao seu rosto, examinando cuidadosamente cada linha de seus semblantes. Em meio ao barulho de cavalos e os gritos de vendedores que oferecem os seus produtos, os espectadores trataram de ver quem era esse homem estranho e louco.
" Hei maluco! o que você está fazendo aqui? " Alguém entre a multidão gritou zombando.
"Meu nome é Diógenes", respondeu firmemente" e eu estou procurando um homem honesto. "
Se Diógenes levantar sua tocha cara a cara com as igrejas nestes dias, vai encontrar alguém honesto? A razão que eu pergunto é porque este livro trata principalmente sobre a honestidade.
Por "honestidade", não estou me referindo à atitude hostil de não roubar ou mentir. Pelo contrário, eu estou falando sobre a honestidade intelectual e espiritual. Ou seja, a desejo de ser totalmente objetivo na busca da verdade de Deus. Os cristãos intelectualmente honestos têm o desejo e a capacidade de ver todos os lados de qualquer questão espiritual ou teológica. Estes são muito mais empenhados em pesquisar o que é a verdade do que em defender suas posições pessoais ou a de sua denominação/igreja.
Na realidade, a honestidade intelectual e espiritual deve, naturalmente, caracterizar todos os cristãos. A Escritura nos diz que Deus é um Deus de verdade (Salmo 31:5). Uma pessoa que realmente nasceu de Deus deseja intensamente imitar seu pai. Como Jesus disse: "Aqueles que o adorem em espírito e em verdade adorem" (João 4:24 , ênfase adicionada) .
Então, se o seu desejo não é a verdade, receio de que você desperdiçou o seu dinheiro comprando este livro. Se você quer simplesmente encontrar apoio para suas interpretações pessoais ou denominacionais, então não faz sentido que você continue lendo. Seu desejo será muito mais satisfeito lendo apenas a literatura publicada por sua igreja ou denominação.
No entanto, se você sente dor em seu coração por buscar a verdade, se o seu desejo fervoroso é adorar a Deus em espírito e em verdade, eu só peço que em oração e honestamente considere o que tenho a dizer.
 Mas agora me deixe dizer desde o início que este não é um livro sobre a interpretação bíblica pessoal de David Bercot. Eu não estou dizendo que se você estiver interessado na verdade, você deve seguir a minha interpretação pessoal da Bíblia. Na verdade , a mensagem deste livro é exatamente o contrário: Eu estou dizendo que o pensamento de David Bercot é totalmente irrelevante . Eu não estou em uma posição melhor do que você para entender com precisão as Escrituras. Se a escolha é entre a sua interpretação e a minha, você também deve seguir sua própria interpretação .

Por que este livro é necessário?
O que estou dizendo ? Eu estou dizendo a você muito francamente que os métodos para entender as Escrituras que nós cristãos crentes na bíblia temos usado não funcionam. Nenhum deles forneceu um meio sólido para que todos os cristãos voltem a ser um só corpo de novo.
Apesar de todo sistema de interpretação bíblica que foram promovidos desde a Reforma , ao longo dos séculos o corpo de Cristo tem sido cada vez mais fragmentado . Hoje , os cristãos professos são divididos em mais de 22.000 denominações* e seitas diferentes , com uma média de cinco novos organizado a cada semana. E , em geral , nenhuma destas denominações e seitas depende de qualquer dos outros grupos . Além disso , a maioria desses denominações foram fundadas a partir da Reforma Protestante.
Se você acha que Cristo não se importa de que o seu corpo está sendo fragmentado por milhares de divisões , reflita . A coisa mais importante em sua mente antes de ser preso era a unidade da igreja . Ele orou: " Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que hão de crer em mim pela sua palavra , para que todos sejam um , como Tu , Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste "(Jo 17:20,21 ) .
No entanto , nós, os protestantes não nos importamos em arrancar um outro pedaço de carne do corpo de Cristo. Não admitimos que a divisão é um pecado grave. Paulo define a divisão como uma das " obras da carne ... sobre o qual eu vos declaro, como eu fiz antes , que aqueles que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus" (Gálatas 5:19,21 ) . Paulo disse a Tito : "Um homem que é um herege depois da primeira e segunda admoestação, afaste-se dele, sabendo que esse tal está pervertido e peca , sendo condenado pelo seu próprio juízo" (Tito 3:10,11 ) . Talvez que a Escritura nos condena a nós, cristãos de hoje,  como somos homens e mulheres que "promovem divisões " nós e nossos antepassados ​​causamos divisões no corpo de Cristo somos chamados de" pecadores pervertidos. " .
No decorrer deste livro, eu vou usar muitas vezes o termo " protestante " para me referir a todos os cristãos professos fora da Igreja Católica Romana ou qualquer uma das Igrejas Ortodoxas Orientais . Em outras palavras , quando se usa este termo , eu estarei incluindo principalmente protestantes, evangélicos , pentecostais , batistas e outros grupos não- católicos. Estou ciente de que muitos desses grupos não são considerados protestantes. Particularmente eu não me considero um deles. Se me permitem usar o termo " protestante " em tal sentido livre e coletivo , e não ficar nomeando individualmente todos os grupos não católicos cada vez que me referir a eles , este livro pode ser expressar de forma rápida .
De uma maneira ou de outra, quase todos nós " protestantes" temos cumprido nosso papel em fragmentar ainda mais o corpo de Cristo. Não só não nos arrependemos desse espírito sectário , mas ainda queremos fazer de Deus um cúmplice do nosso pecado . Eu geralmente ouço cristãos evangélicos dizerem : "É importante ir à igreja onde Deus quer que você . " Em outras palavras, Deus quer que John Doe vá para uma determinada igreja, Mary Jones e Bob Smith para outro para outras. Nós mesmos nos enganamos ao pensar que Cristo quer um corpo dividido , embora em oração, Ele declara querer o contrário.
Apesar de suas limitações , a Igreja Católica Romana pelo menos foi capaz de se manter como um único corpo. Em contraste , desde o início , os reformadores foram divididos uns dos outros . No decurso do tempo , as divisões apenas se agravaram . Até falsas religiões têm um melhor histórico do que a história bíblica cristã. O Islam é muito mais antigo do que todas as igrejas que surgiram a partir da Reforma, e ainda assim os grupos adoram juntos na mesma mesquita quando em um país estrangeiro.
Não, não é normal para um grupo religioso ficar tão fragmentado em 22 mil seitas* em um curto período de 500 anos. É muito estranho . E quando os cristãos que professam tamanha fraternidade são aqueles que o fazem, é ainda mais pecaminoso. " Mas o que posso fazer?", você pode perguntar. "Não é minha culpa que há tantas denominações e divisões. " E, em certo sentido, é verdade. A maioria de nós não somos os que fundaram a grande variedade de denominações e seitas . Mas nós compartilhamos a mesma mentalidade e o mesmo espírito dos fundadores. E se não estamos trabalhando para encontrar uma solução , então nós somos parte do problema .
Mas posso garantir . Sim, há uma solução para o problema de divisão . Todos os cristãos bíblicos que verdadeiramente amam a Deus podem se tornar um só corpo. E eu não estou falando de uma unidade ecumênica , que é baseado em minimizar ou ignorar os mandamentos e verdades fundamentais do Cristianismo.

Em vez disso, a mensagem deste livro é que , em grande medida , as nossas divisões são um resultado de nossos métodos absurdos que usamos para entender as Escrituras. Por " novo " Eu não estou me referindo a um sistema estranho ou esotérico de interpretação bíblica. Eu estou falando sobre exatamente o oposto. Este método "novo" é tão óbvio e elementar que é apenas lógica .